A cidade de South Park passa por uma disputa entre dois grupos de super-heróis: Guaxinim e Amigos contra Os Amigos da Liberdade. O motivo: quem vai lançar a franquia de filme de heróis mais lucrativa?
South Park: A Fenda que Abunda Força (ou The Fractured but Whole, no nome original), lançado pela Ubisoft para PC, Xbox One e Playstation 4, é a continuação direta de bem sucedido The Stick of Truth e chega depois de muita espera e adiamentos.
Mas, infelizmente, a espera não valeu tanto a pena assim.
Neste novo jogo, Eric Cartman, o Guaxinim, descobriu que havia uma recompensa de 100 dólares para quem encontrasse um gato perdido e decidiu tentar resgatá-lo junto de seu grupo para levantar dinheiro para seu filme. Do outro lado, Timmy, um telepata de cadeira de rodas, lidera a equipe formada por Kenny, Token e Stan, que aparentemente detém um objetivo muito mais nobre.
Exatamente como seu antecessor, o jogador controla a nova criança da cidade – que pode ou não ser o mesmo personagem do primeiro game – em um universo criado para, dessa vez, ironizar a grande quantidade de filmes de heróis lançados todos os anos. A piada é boa, e os primeiros minutos de jogo deixam claro qual será o tom da história: uma mistura de piadas escrachadas e fortes críticas sociais cheias de estereótipos, humor ácido e muitas, mas muitas piadas sobre cocô e peido. Para quem acompanha a série desde o início, nenhuma novidade.
A nova mecânica de combate logo é apresentada, de uma maneira entediante, travada e com muito esforço para ser engraçado – e falha miseravelmente. O jogo agora aparece como um RPG tático, onde ao invés de esperar o turno de seus personagens, você precisa posicioná-los da melhor forma possível dentro do “campo de batalha”.
Apesar de usar o termo “tatics” para ilustrar como a nova jogabilidade é apresentada no jogo, ela deveria ter um outro nome e nunca ser utilizada em nenhum outro. A jogabilidade é ruim, mal se aproveita de elementos do cenário e se desenvolve de uma maneira que fica muito longe de ser agradável. Diversos tipos de inimigos podem ser encontrados durante o jogo. Variando de crianças inocentes até ninjas, passando por sextanistas, adultos pervertidos e tudo que couber no roteiro insano que se espera de South Park.
Um ponto positivo é que em A Fenda que Abunda Força o jogador não precisa ser um menino. Durante o jogo, o jogador é confrontado por diversas perguntas sobre gênero, cor de pele e orientação sexual, onde a escolha é totalmente do jogador. Este, provavelmente, é um dos jogos que mais oferece tantas opções de personalização desse tipo.
O mapa é praticamente igual ao do jogo anterior, permitindo explorar toda a cidade de South Park. No entanto, ficar andando em busca de pontos de interesse deixa ainda mais entediante um jogo que consegue ser simplesmente menos dinâmico do que assistir a um episódio da série.
A Fenda que Abunda a Força provavelmente é o jogo que mais gosta de tutoriais que eu já vi. Tanto que logo após o tutorial maçante, sem graça e sonolento do início, o jogo te obriga a mais um da sua classe escolhida. E continua te apresentando mais e mais tutoriais conforme o jogador escolhe outras classes no decorrer do jogo – vale lembrar que isso acontece a cada classe nova que o jogo te apresenta, sendo que isso acontece depois de mais de 5 horas de jogo.
Provavelmente, chato e sem graça são as expressões que eu mais falei enquanto jogava, infelizmente. E uma importante parcela dessa minha frustração com o jogo vai para os péssimos minigames do jogo, onde seu objetivo é fazer cocô em todos os lugares. Sem motivo, sem graça e com uma mecânica horrorosa.
Vale também destacar a dublagem que está impecável e com tiradas excelentes em seus textos e extremamente fiel a série, também um dos poucos destaques positivos do jogo. Existem inúmeras menções à série (como era de se esperar), mas diferente da animação o humor é forçado para ser bizarro e acaba te apresentando em sua maioria piadas chatas e sem propósito, apesar de existirem momentos geniais no roteiro do jogo.
South Park: A Fenda que Abunda Força é um longo episódio interativo, que mistura diálogos cheios de humor ácido e pesado, exploração e combate, abordando temas sensíveis da mesma forma que deixou a série famosa. Se você for muito fã da série é capaz de que ache algumas risadas e boas tiradas durante a história, já que isso é o melhor que o jogo pode oferecer. Para o resto, faltou muito dessa tal força abundante.
O que gostamos:
- Criticas sociais cheia de Humor ácido que é marca registrada da série.
- Dublagem extremamente fiel
- Algumas piadas geniais durante o jogo
O que não gostamos:
- Muitos tutoriais
- Minigames maçantes e de mecânica lamentável
- Tentativas de humor falhas, repetitivas e completamente destoantes da série
- Jogabilidade ruim e mal aproveitada
- Desenvolvimento da história lento e entediante