O novo título da Quantic Dream, Detroit: Become Human foi mostrado a portas fechadas na BGS 2016, durante os dias 01 e 02 de setembro (quinta e sexta). Durante a apresentação, jornalistas e visitantes puderam assistir dois finais diferentes de uma missão do game. Mas a grande decepção foi que, infelizmente, essa missão não era protagonizada por Kara, a personagem que aprendemos a amar desde o vídeo demonstrativo Project Kara, de 2012 (veja abaixo):
Na demo apresentada durante a BGS acompanhamos outro personagem, Connor, um androide especialista durante uma missão de negociação de refém. Connor é um dos múltiplos protagonistas de Detroit, modelo já adotado pela empresa em Heavy Rain e Fahrenheit: Indigo Prophecy, e tem a habilidade de reconstruir cenas de crime através da coleta de pistas e exploração do cenário. O personagem é interessante e carismático, mas como a expectativa era finalmente vermos Kara em ação, foi um pouco decepcionante encontrar outro protagonista.
Felizmente o jogo em si mostra a Quantic Dream em sua melhor forma. Fãs saudosos da tensão emocional e dos dilemas morais de Heavy Rain podem preparar os nervos para Detroit: a demo já entrega uma missão de negociação extremamente tensa e complexa, em que a atenção, agilidade e persuasão devem trabalhar ao máximo. Connor tem pouco tempo para resolver uma situação envolvendo um androide enfurecido e uma menina refém, e precisa vasculhar a cena do crime para encontrar pistas que ajudem a convencer o androide, armado e extremamente alterado, a deixar a pequena prisioneira sair do apartamento em segurança. A cada ação, um mostrador com a porcentagem de possibilidade de sucesso da missão é exibido, aumentado mais a tensão e a responsabilidade do jogador. Durante a exibição, assistimos um final em que a criança morre, e outro em que é resgatada com segurança. Cada decisão conta, e prever as reações do sequestrador não é tão fácil assim.
A jogabilidade é simples: explore, aponte e escolha uma opção. O maior desafio é que o tempo conta, e que o jogador deve selecionar em que aspectos e pistas focar, pelo menos na história de Connor. Sabemos que Kara não será uma androide de negociação e por isso seus desafios serão diferentes.
Pelo visto até agora, a narrativa se concentrará em discutir as tensas relações entre androides e humanos, em um mundo em que os primeiros vivem para servir e têm seus sentimentos ignorados pelos seus senhores. A cena da negociação, na borda de um prédio altíssimo, faz uma sutil referência a Blade Runner, e a ambientação do game mostra que ele tem tudo para ser um sci-fi competente e dialogar com outros clássicos do gênero. Um ponto interessante é que pelos protagonistas que conhecemos até agora, a história será contada do ponto de vista dos androides.
Sentimos falta de Kara, mas estamos ansiosos. Detroit: Become Human chega exclusivamente para PS4 em 2017.