Splinter Cell: Blacklist é um jogo graficamente excelente, mecânico e com uma história sem muita profundidade, ou pelo menos é o que passa para o jogador. Sam Fisher e seus companheiros são personagens sem muita profundidade, sem muita evolução e nos presenteiam com desentendimentos rasos e aparente sem razão.
Eu não senti nenhuma real motivação em Sam Fisher ao realizar suas missões, matar os “caras maus” e invadir diversos lugares, porém quando fazer isso é tão divertido quanto é em Blacklist, e você pouco se importa com o porque de estarmos fazendo aquilo. Em pouco tempo de jogo eu simplesmente perdi o interesse do porque eu estava indo ao Afeganistão ou para os Estados Unidos ou etc. Simplesmente queria jogar.
Mas para entender tudo isso, você precisa conhecer a breve história de Blacklist: após acabar com o Third Echelon em Splinter Cell: Conviction, o personagem Sam Fisher – agora subsidiado pela presidente dos Estados Unidos – cria o Fourth Echelon, que é o novo nome das operações especiais, onde somente os melhores estão dentro da equipe chefiada por Sam. Em Splinter Cell: Blacklist a sua equipe combate os Engenheiros, antigos membros da Third Echelon que estão de conchavo com terroristas que querem tirar a ocupação americana dos países em conflito no mundo. Então eles criam a Blacklist. Basicamente os EUA estão sofrendo ameaças terroristas que poderão tirar a vida de milhares de pessoas. Assim, cabe a Fisher e os seus companheiros impedir que isso aconteça.
O mais interessante é que Splinter Cell deixou de seguir aquela mecânica nos trilhos e nos deu a liberdade de encararmos a missão da forma que acharmos melhor. Não existe uma maneira correta para passar pelos inimigos. O jogo ainda nos possibilita comprar novos materiais, o que abre um leque ainda maior das maneiras de passar pela fase. Apesar de não ser nada inovador, ainda é uma liberdade ao jogador de fazer aquilo que achar melhor para atingir um objetivo.
Os gráficos de Blacklist são ótimos, não tem como negar. A ambientação é sensacional, explorada de maneira impressionante em locações de diferentes partes do mundo e o nível de detalhes dos cenários não perde em qualidade para nenhum título lançado recentemente. A movimentação de Fisher também apresenta um alto nível de qualidade. O que incomoda um pouco é a expressão facial dos personagens secundários, onde parece que Sam é o único ser humano no jogo – mas não chega a incomodar.
O sistema de check point do jogo é um tanto quanto falho, e isso sim pode incomodar muito. Após morrer você se vê obrigado a voltar muito dentro da missão, o que pode frustrar os jogadores menos pacientes devido ao tempo que demanda para tomar certas ações caso queira ser furtivo. Esse sistema falho não é um grande problema, pois o jogo não é muito difícil, mesmo jogando na dificuldade máxima, mas se você já chegou a um certo ponto da missão, refazer os mesmos passos acaba desanimando.
Enquanto a Campanha principal só pode ser jogada individualmente, toda e qualquer outra missão pode ser jogada no modo multiplayer e existem campanhas que só podem ser jogadas nesse modo. E vá por mim, vale muito a pena. A presença de outro agente permite que dois guardas inimigos sejam derrotados simultaneamente, diminuindo muito o tempo de espera para o momento propício de atacá-los. Além disso, com uma pessoa adicional podendo fazer executions (uma habilidade que faz com que Fisher e Briggs eliminem até três oponentes de uma vez, com tiros precisos, mas que não pode ser usada à vontade), é muito mais comum ter recursos para sair de situações problemáticas. Os tipos de missões que podem ser aceitas em dupla variam dependendo de qual membro do time as oferece a nós.
Fora o modo cooperativo também temos o maravilhosamente divertido Spy vs. Mercs, que é basicamente personagem similares a Sam Fisher, com o mesmo tipo de movimentação, visão, armas e equipamentos, tem de invadir e hackear pontos estratégicos enquanto os mercenários, que são jogadores altamente armados e com visão em primeira pessoa, tem de impedir que isso aconteça matando os espiões. Os times assumem os dois lados uma vez por round e os rounds são determinados por tempo. Quem for melhor como espião ganha a partida.
Apesar da história rasa, Splinter Cell: Blacklist merece sua atenção caso você goste de bons jogos de espionagem. Compensa pela boa jogabilidade e principalmente pelo modo história em multiplayer. É um jogo obrigatório para os fãs do gênero. O título leva os games de espionagem a um novo nível, com um sistema de cobertura perfeito, equilíbrio nas ações e diversas possibilidades de abordagem em campo. Não espere muito da história, é tão exagerada quanto os roteiros de outros grandes títulos que possuem os mesmos recursos,