Muita gente anda reclamando das investidas da Square-Enix no que diz respeito ao mercado mobile, principalmente nos dispositivos iOS. Seja pelos preços absurdos que ela cobra em seus títulos (como esse, por exemplo), seja pela diferença entre os preços de uma versão do jogo no Nintendo 3DS e no iOS – como é o caso de Theatrhythm: Final Fantasy, aonde os custos com In-App Purchases no iOS são muito mais caros do que os cobrados na eShop, no preço final – e também pelo preço abusivo dos episódios de Final Fantasy Dimensions. Mas nada disso importa, principalmente pela qualidade entregue em seus títulos mais fortes, como é o caso de Final Fantasy IV.

Final Fantasy IV chega à sua nona versão (contando com a versão do PSP, que é apenas uma revisão gráfica da versão do SNES/GBA, com os mesmos gráficos dos remakes de Final Fantasy I e II que saíram para o portátil da Sony) de casa nova, os smartphones/tablets/phoblets que têm como sistemas operacionais o iOS e o Android. E, para que essa análise seja feita de forma correta, terei que dividí-la em duas partes principais: as principais diferenças entre as versões já lançadas e uma análise efetiva sobre o port lançado mais recentemente.

Quando Final Fantasy IV foi lançado, originalmente para o SNES, ele já era um jogo muito bom. Quase nada foi alterado em sua plot até a versão do GBA, que adicionou alguns features e possibilidades de utilizar um grupo diferente. Para que fique organizado, vou adicionar as diferenças entre cada console e cada versão.

SNES: A versão original, com os principais elementos do jogo intocados; SNES Americana: Conhecido como Final Fantasy II no mercado americano, essa versão era mais fácil do que a versão japonesa, contando com um Easy Mode. Nomes de habilidades foram modificados, poder de ataque das armas foi aumentado, preços de itens foram reduzidos e referências à violência, morte e suicídio foram amenizadas. SNES EasyType: Lançada para o mercado japonês. Essa versão é ainda mais fácil do que a versão americana.

PlayStation: Devido à capacidade do console, foram adicionadas CGs no início e no fim do jogo. Algumas partes do jogo foram reprogramadas para que a discrepância de histórias entre o Final Fantasy japonês e o americano não ocorresse mais, dando mais consistência à história; WonderSwan: A versão lançada em 2002 não trouxe nada de inovação, inclusive retirando as CGs que foram adicionadas na versão do PS1, além de reduzir os gráficos gerais para se adaptar ao console; GameBoy Advance: Essa é a versão aonde ocorreram as principais mudanças. Adicionaram duas novas dungeons, Cave of Trials e Lunar Ruins, para que o grupo, que agora poderia ser formado pelo jogador, e não os cinco personagens da trama original, estivessem equipados para a batalha final contra Zeromus. Foi adicionado também o bestiário;

Nintendo DS: Essa versão é, sem dúvida, a mais bonita de todas. Os gráficos foram melhorados, os personagens foram dublados, adicionaram diversas CGs que finalmente deram mais profundidade para a história, explicando alguns elementos que antes estavam sem explicação, como o que havia ocorrido para que Cecil fosse criado pelo Rei de Baron. Foi removida a possibilidade de renomear os personagens, tirando a função do Namingway, mas introduzindo Augments, que são os poderes específicos de alguns personagens que podem ser usados por outros, além da introdução de um mapa que se auto-completa de acordo com seu movimento na tela. Essa versão voltou a ter o grupo original, com os cinco personagens presentes no final das versões originais. Foi adicionado também o summon Whyt. Através dele, você tinha cinco minigames aonde você poderia melhorar os status do summon. O jogo também contava com o modo New Game+, que permitia que você reiniciasse o jogo com tudo que você já havia encontrado na campanha anterior. Ele foi lançado para comemorar os 20 anos da série Final Fantasy.

PlayStation Portable: A versão do PSP foi lançada seguindo o que foi feito com Final Fantasy I e II, mantendo-se a versão original, sem as alterações feitas pelo Nintendo DS, mas tornando os gráficos mais bonitos, quase em HD. Nessa versão foi adicionado o jogo Final Fantasy IV – The After Years, contando com um novo capítulo, chamado de Interlude, que liga os eventos acontecidos em Final Fantasy IV e sua continuação. O nome dessa versão ficou como Final Fantasy IV: The Complete Edition.

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Cena de Final Fantasy IV: gráficos novos

A versão atual, já lançada para o iOS e aguardando o lançamento para o sistema Android, é o supra-sumo de todas as versões. Pegou os melhores features da versão do Nintendo DS e os melhorou: os gráficos estão mais bonitos, a dificuldade está excelente e até a parte sonora recebeu um upgrade, aonde recomendo o uso dos fones de ouvido para uma imersão ainda maior. As únicas diferenças, algumas delas não tão positivas, são: a remoção do summon Whyt – que acaba deixando a disposição dos Fat Chocobos pelo mapa um pouco estranha, afinal o menu dos minigames era organizado por ele, mas que não prejudicam tanto o jogo.

A jogabilidade está simples, assim como ficou com Final Fantasy III em seu port para o iOS/Android. Cria-se uma alavanca em qualquer ponto do cenário aonde você clicar e deslizar seu dedo quando no mapa, utilizado para a movimentação pelo cenário. Ainda no mapa principal, existem dois botões no topo direito da tela, um para o Menu e o outro para o mapa-mundi. Dentro das batalhas, nenhuma novidade em comparação ao Final Fantasy III, as opções ficam na parte de baixo de onde a batalha está acontecendo. Para usar ataques normais, basta clicar nos inimigos. Para usar magias e habilidades, deve-se ir pelo menu.

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Jogabilidade no iOS: aprovada!

A mudança de alguns dubladores, entre eles a voz de Cecil Harvey, foi a mudança mais dolorosa, pois a voz utilizada na versão do Nintendo DS – e, por consequência em Dissidia: Final Fantasy – havia sido uma escolha perfeita para a profundidade do personagem. Mas a mudança não chega a ser desencorajadora, apenas diferente.

Nessa versão, o jogo conta com o Game Center, que adicionou Achievements para o jogo. Esse elemento torna o jogo ainda mais interessante, pois agora você pode conquistar pontos por conquistas desbloqueadas no decorrer do jogo.

Talvez o único problema dessa versão é que ela não é jogada em duas telas, como era no Nintendo DS. O que isso ocasiona é que a posição do menu às vezes fica estranha, ainda mais pela orientação à esquerda, dando a impressão que o jogo foi desenvolvido para canhotos, e o maior problema é que não dá pra inverter a ordem dos menus de batalha. Outro problema é que, para completar 100% dos mapas, você deve abrir constantemente o menu para poder ver o mapa, o que não acontecia no Nintendo DS por causa das duas telas.

Porém, esse jogo, por todos os seus elementos, toda a força de sua história, ele merece claramente um 4.5/5 estrelas pela qualidade total do jogo. Os pontos perdidos vão para a configuração dos menus, que não pode ser alterada, a mudança dos dubladores e a retirada de Whyt, que adicionava ainda mais conteúdo ao jogo.

Final Fantasy IV está disponível para o iOS na AppStore, custa US$ 15.99, pesa 433mb, é otimizado para o iPhone 5, exige o iOS 4.3 e roda nos dispositivos a partir do iPhone 3GS, iPod Touch de 3ª Geração e iPad.

 

Trailer do jogo: