Você é uma empresa criada em 1998, com a responsabilidade de criar um jogo de uma das maiores franquias do mundo dos games. Não faz feio, e, pelo contrário, constrói uma trilogia das mais aclamadas da geração. Sua próxima missão não pode falhar, certo? E não falhou. Donkey Kong Country Returns, desenvolvido pela Retro Studios para o Nintendo Wii, traz de volta toda a magia da época de Super Nintendo, com todos os elementos necessários para você se divertir e esmurrar (e muito) sua mão na cadeira, colchão ou parede. É difícil. Mas é assim que a gente gosta.
A história começa com a erupção de um vulcão, na ilha do nosso querido gorila. A lava expelida traz algumas formas diferentes de inimigos que não estamos acostumados a ver, os Tikis. Com o poder de hipnotizar os animais da floresta, eles se utilizam deste artifício para roubar as bananas do Donkey Kong que não ficou nada feliz, e com a ajuda do seu parceiro Diddy Kong começa a aventura para recuperar as bananas roubadas.
Ainda se falando da história do jogo, não se existem mais os Kremlings, os inimigos da série do SNES, e o único membro remanescente dos ajudantes foi o Cranky Kong, que possui em sua loja alguns itens que irão lhe ajudar na aventura.
Dividido em oito mundos, passando de florestas para praias, atingindo uma fábrica (com você parecendo estar em Sin City), e com um ápice dentro do vulcão, o jogo tem uma jogabilidade de dar inveja. Seu Wiimote vira na horizontal te dando a opção do direcional e dois botões, que te faz correr e pular – SIM, voltamos ao Nintendinho! -, mas com sensor de movimento. Ao estar parado, balançar o Wiimote te faz bater no chão, podendo quebrar caixas, paredes e atordoar inimigos. Se está correndo, você dá algumas cambalhotas, acertando inimigos e correndo mais rápido. E por fim, se está abaixado, você assopra (sim, assopra!) itens na tela, como flores, cata-ventos e tudo que pode subir com o ar.
Seus pulos tem de ser extremamente calculados, e o fato de ter a segurança do Diddy em suas costas (segurando o pulo, ele te sustenta por dois segundos no ar), te faz achar que não precisa pular na pilastra do meio, claro que você vai tentar pular dois buracos seguidos porque voc… Morreu. Devo ter pulado antes, vou dar uma cambalh… Morreu, agora no primeiro buraco porque demorou pra pular. Lembrou das suas trapalhadas no Donkey Kong Country 3, quando fazia a mesma coisa com a Dixie Kong e seu cabelo? Pois é, nostalgia pura.
A palavra KONG, que precisa ser coletada durante as fases, está presente como nos jogos anteriores, mas as moedas bônus foram trocadas por peças de quebra-cabeça. Coletando a palavra em todas as fases do mesmo mundo te garante uma fase extra, e uma outra é liberada comprando a Map Key, item presente na loja do seu velho Cranky. Para comprar é necessário as moedas de banana, adquiradas durante as fases. Além da Map Key, ainda se tem balões de vidas (se você chegou até aqui já deve estar sabendo que sim, vai precisar comprar vários), poção de invencibilidade e corações extras. E as peças de quebra-cabeça, que substituiram os as moedas bônus, te presenteiam com imagens na galeria.
Além dos itens, dois personagens muito lembrados voltam a série. O rinoceronte Rambi te ajuda em algumas fases, enquanto o papagaio Squawks pode ser adquirido na loja do Cranky para te dar uma mão com os pedaços de quebra-cabeça escondidos.
Mas nem tudo são flores, e os chefes, apesar de terem estágios extremamente criativos, não são tão difíceis. É claro que alguns são demorarão para pderrotar, mas é mais por conta da sua inabilidade do que pela habilidade do inimigo. Pular em cima da cabeça ou em alguma parte quando estiver vulnerável, ou pegar algum item do chão e arremessar no oponente: em meio a tanta inovação, os chefes ficaram só com a saudades do tempo de SNES.
A trilha sonora continua fantástica. Não como a majestosa OST de Donkey Kong Country 2, mas está muito boa, sumindo nas horas de maior suspense e com vários ápices em momentos de muitos inimigos e chefes. Os gráficos estão ótimos e não se pode exigir muito do Wii nesse quesito, mas os cenários estão muito bem montados, com você sendo transportado várias vezes para o background e jogando quase que perdendo a visão do personagem. Mas o exagero acontece, como você ficar batendo por dez segundos no chão, para surgirem 3 fósseis de dinossauros que te trazem um pedaço de quebra-cabeça. Desnecessário? Eu acho que sim.
A Rare deve estar orgulhosa ao ver seus 3 títulos SNES serem lembrados de forma grandiosa e muito bem cuidada. Digo cuidada porque a produção partiu do começo de 2008, para ser lançado em novembro de 2010, e foi passada pelo próprio Shigeru Miyamoto para a Retro Studios, devido ao grande empenho que foi desenvolvido na produção de Metroid Prime. Recomendamos, não vai se arrepender.
(Review feita por Eduardo Samoggin)
Comments are closed.