Não há dúvidas de que Cavaleiros do Zodíaco é um sucesso, principalmente no Brasil. Foi graças à exibição do anime na década de 90, pela extinta TV Manchete, que o gênero anime ganhou mais forças para se tornar umas das principais referências aos desenhos animados nipônicos, e talvez um dos percursores por aqui. Nessas horas um título para os video-games atrai muitos fãs, e graças à nostalgia desse momento esperamos algo surreal baseado na série. E desta vez não foi tudo isso o que esperávamos.
Cavaleiros do Zodíaco – A Batalha do Santuário (título nacional para o original Saint Seiya: Sanctuary Battle), título exclusivo para o Playstation 3, chegou ao Brasil com grande alarde mesmo com o jogo ter sido lançado um ano antes no Japão. O grande destaque de seu lançamento em terras brasileiras foi ao fato da atenção dada à Bandai para a tradução do jogo ao português – o áudio continua em japonês, apesar de um abaixo-assinado criado por jogadores meses atrás pedindo por uma possível dublagem. O título do jogo, A Batalha do Santuário, segue a história mais famosa (e talvez mais importante) do desenho animado, recorrendo ao erro de se tornar um jogo criado especialmente para os fãs: após Saori, a reencarnação da deusa Atena, ter sido atacada com uma flecha dourada no santuário das 12 casas zodiacais, Seiya e os Cavaleiros de Bronze enfrentam os 12 Cavaleiros de Ouro para encontrar o Grande Mestre e assim salvar a vida de quem juraram defender. E segue assim, sem demais explicações ao jogador, que para entender toda a história terá que assistir ao anime ou ler o mangá.
O jogo é dividido em 2 partes: o Modo História, onde o jogador segue por toda a saga original do desenho animado, e o Modo Missões, onde o jogador enfrenta diversos desafios com inúmeros personagens da série, desbloqueados conforme o seu percurso no modo anterior. Logo no início do modo história, o jogador segue um tutorial explicado pelo primeiro Cavaleiro de Ouro – vocês se lembram de Mu de Áries? – para aprender os comandos do jogo, como golpes fraco, forte e especiais, e comandos básicos como defesa, desvio e… o ‘cosmo’ do personagem – que influencia e muito o poder dos golpes, e então segue em frente por toda a história. Já o modo Missões, o jogador deve enfrentar diversos desafios como derrotar um inimigo em um determinado período de tempo. A parte interessante é a possibilidade de jogar em 2 pessoas, inexistente ao jogar no modo História.
A experiência de jogar A Batalha do Santuário é dividida em duas formas: o percurso entre as casas zodiacais é um verdadeiro beat ‘n up contra os soldados do santuário (oponentes aleatórios) até chegar ao seu destino, enfrentando alguns personagens conhecidos da série, e as batalhas com os Cavaleiros de Ouro, que ocorrem em um cenário específico de cada oponente. E assim a jogabilidade e dificuldade são testadas: ataques e defesas ao oponente, e o jogo não poderia ser diferente ao seguir o padrão do anime: para derrotar um dos Cavaleiros de Ouro o jogador deve entrar no modo “Sétimo Sentido”, onde tudo ao redor fica em câmera lenta e seus ataques são mais poderosos, tornando-se a única maneira efetiva de conseguir atacar o oponente. Os próprios desafios possuem um certa dificuldade nessas horas, quando algumas das batalhas ultrapassam cerca de 4 lutas consecutivas, ou um dos Cavaleiros de Ouro utilizam ataques que comprometem toda a área do personagem, tornando inevitável sofrer um golpe. Mesmo repetitivo, alguns golpes executados tanto pelo personagem – quando a barra de “Cosmo” (o nível de ‘magia’) chega ao máximo – quanto pelos Cavaleiros de Ouro mostram a animação igual ao desenho animado, o que torna a luta mais divertida para os fãs.
Um dos pontos mais fortes do jogo é a possibilidade dos personagens subirem de nível e melhorias de seus golpes e outros atributos: ao fim de cada percurso e luta com algum dos oponentes, o jogador pode aumentar seu poder de ataque, defesa, poder de seus golpes especiais e até o seu cosmo, graças à pontuação recebida ao fim de cada percurso ou luta com seus oponentes. O jogado pode administrar e decidir o que melhorar em seus personagens, ajudando a enfrentar os próximos desafios.
Apesar de críticas, A Batalha do Santuário tem ótimos gráficos baseado na arte original do desenho animado, já que esta era a intenção. Os cenários também foram muito bem criados, tanto os de percurso como as casas zodiacais ao encontrar seus oponentes. Porém, o grande pecado do jogo é a trilha sonora, que nas versão japonesa utiliza a mesma da animação, e as versões européias e americanas (e consequentemente a versão nacional) utilizam músicas um pouco diferentes, mas baseadas na originais – o grande problema é a qualidade, onde a maioria parece sintetizadas. O tema original do desenho é a única música que não sofreu nenhuma alteração. Enfim, um trabalho razoável, porém um verdadeiro fã vai perceber a diferença e provavelmente irá reclamar desse detalhe. Os extras do jogo, como a galeria de imagens, também chama a atenção dos fãs com dezenas de fotos das famosas action figures, que vem sendo lançadas.
No geral, Cavaleiros do Zodíaco: A Batalha do Santuário é um jogo criado especialmente para os fãs do desenho. Apesar de divertido, o jogo é repetitivo e não possui um replay interessante, mas é um ótimo material para os fãs do desenho animado que com certeza vão se divertir muito com o jogo – principalmente com o modo História. Se você não conhece a saga dos Cavaleiros do Zodíaco, assista ao desenho, será bem mais interessante e mais divertido. A Batalha do Santuário é um jogo divertido, mas vale pela nostalgia de ver Seiya e os outros personagens em suas famosas lutas.
Eu comprei… fiz questão de ter… gostei muito… as DLCs são muito boas tbem mas muito caras… agora to sem tempo, mas em dezembro volto a jogar
Acho que pra quem gosta do do animê vale a pena alugar ou pegar emprestado de algum otaku. Games baseados em franquias de animê não costumam ser jogáveis por muito tempo.