Esse não é o tipo de publicidade que a Sony queria às vésperas do lançamento de seu novo console. De acordo com reportagem do jornal Oriental Daily, de Hong Kong, estudantes de engenharia de TI do Instituto de Tecnologia de Xi’an teriam sido forçados a trabalhar na fábrica da Foxconn em Yantai para a montagem do Playstation 4. Se recusassem participar, eles perderiam créditos de disciplina, o que os impediriam de se formar.

Embora oficialmente o programa seja considerado um “estágio”, as práticas condizem com trabalho forçado, ainda mais quando os estudantes teriam sido designados para setores sem relação com o objeto de seu estudo, como a distribuição e o envio dos consoles. Além disso, eles trabalhariam o mesmo número de horas que outros trabalhadores, com a ressalva de estarem lá contra a própria vontade.

A Foxconn, em resposta ao jornal, defendeu o seu programa, alegando que o trabalho era legal, e que não impedia os estudantes de irem embora, se assim quisessem (o que implicaria, ainda assim, na perda dos créditos). No entanto, após uma investigação interna, a empresa admitiu ao site Quartz ter identificado violações em sua política trabalhista, reconhecendo que os estagiários eram submetidos a longos turnos noturnos e muitas horas extras na linha de produção. O Instituto de Tecnologia de Xi’an preferiu não comentar.

Esta não é a primeira vez que a Foxconn se encontra envolta em polêmicas. Notícias de condições precárias de trabalho, como longos turnos, baixos salários, além de inúmeros relatos de suicídio entre trabalhadores, são frequentemente associadas à companhia, que é a maior fabricante de componentes eletrônicos e de computadores do mundo.

A Sony declarou que espera que a Foxconn siga o seu “Código de Conduta de Fornecedores da Sony”, o que involve “cumprir todas as leis aplicáveis, com a ética e as condições de trabalho, com o respeito pelos direitos humanos, a preservação ambiental, a saúde e a segurança”.

O Playstation 4 será lançado nos EUA no dia 15 de novembro, e na Europa no dia 29 de novembro.

 

Entusiasta de jogos eletrônicos desde suas primeiras lembranças, acredita que, mais do que produtos de entretenimento, games são uma forma de arte. Fã de jogos de estratégia e de aventura, além dos clássicos, quando não está trabalhando como tradutor, estudando ou debatendo os problemas mundiais, tenta expandir a sua lista de RPGs terminados, seu gênero favorito.