Bom, como creio que todo mundo já esteja bem ciente, a Sony anunciou um novo sistema de jogos portátil, o Next Generation Portable, ou NGP.

E como todo grande anúncio sempre vem com mais alguma novidades em seu encalço, ela aproveitou para nomear sua nova rede de transferência de jogos: PlayStation Suite – ou como irei utilizar aqui, PSS.

O que seria o PSS, além de mais um sistema de compra de jogos online, que serão baixados diretamente para seu console? Pois bem, o CEO Kaz Hirai veio ao mundo dizer que ela, além dessa funcionalidade, também permitiria comunicação com o sistema operacional de smartphones Android.

Só que o papo não se encerrou ali. Disse ele que está consciente da variedade de SO’s disponíveis no mercado e, mesmo que não haja possibilidade de ser estendido inicialmente para as outros, isso não é visto como impossível pela empresa.

Isso bastou para que alguns entusiastas do iOS vissem uma carta branca para a realização de um trabalho conjunto entre a Sony e a Apple, para que os usuários do iPhone possam também curtir os jogos lançados para esse console em seus aparelhos móveis.

Porém, sou meio cético quanto a isso. E vou listar os principais motivos aqui:

1. Apple é a empresa com os maiores bloqueios quando se trata de lançamento de software

Isso todo mundo já tá cansado de saber, não? Não muito tempo atrás, a Apple impediu a liberação de vários aplicativos pro iPhone por diversas causas, seja porque o aplicativo não se encaixou nos duvidáveis padrões de qualidade exigidos pela empresa, ou por ter conteúdo que os figurões de lá não concordam, enfim. Logo, antes de ser liberado para disponibilização comercial, os jogos teriam de passar por esse pequeno bloqueio, o que certamente bloquearia um número alto de jogos para a plataforma. E isso daria briga entre a Sony e a Apple, certamente.

2. A ausência de teclado físico nos dispositivos da Apple

Digam o que quiserem os entusiastas do iOS: tem jogo que simplesmente não dá pra jogar só na tela de toque. Isso se torna mais acentuado aindaem jogos do PSP, que geralmente utilizam os dois direcionais para movimentar a tela e o personagem. A forma de resolver isso? Um acessório com os D-pads e os botões, acoplados ao iPhone/iPad. Não preciso nem dizer o quanto isso é estranho, né?

3. Na minha opinião, um dos problemas mais chatos dos produtos Apple: iTunes

Creio que pelo menos 70% dos usuários de iTunes já tiveram algum problema de sincronização com esse programa. Ou suas músicas desaparecem, ou os aplicativos instalados desaparecem da sua biblioteca, exigindo uma resincronização de tudo. Ou então, casos como o meu, aonde você foi trocar de máquina e um processo de menos de três minutos se tornou uma dor de cabeça de mais de duas horas pra baixar todos os jogos e programas novamente. Isso levando em conta que os maiores aplicativos do iPhone não passam de 500mb, salvo raras exceções. Agora imagina ter que fazer uma segunda (e desnecessária) sincronização de jogos com mais de 1gb? Ou, em casos mais complicados, aonde o instalador do jogo toma um chá de sumiço, como você vai resolver? Tudo isso só tornaria a utilização cada vez mais complicada e arriscada.

4. Relacionamento instável entre a Sony e a Apple

Pode-se dizer, sem medo algum, que Sony e Apple nunca tiveram um bom relacionamento. Quando os primeiros jogos do iOS começaram a despontar e terem boas vendas, devorando uma parte do mercado dos jogos de PSP, esse singelo vídeo foi veiculado pela galerinha da Sony:

E algo que aconteceu recentemente pode ser o pingo d’água que faltava para encher o copo da briga entre as duas empresas: a Apple recentemente proibiu a entrada de conteúdo comprado fora da AppStore em seus aparelhos. Caso vocês não lembrem, a própria Sony estava pra lançar o Sony Reader, que venderia livros dentro de seu aplicativo, só que a Apple deu um cartão vermelho, dizendo pra todos que apenas conteúdo interno dela passa pros seus brinquedos caros.

É por esses motivos aí que eu não vejo o PSS rodando nos aparelhos com iOS. Talvez Windows Mobile 7, mas conhecendo a Apple? Muito difícil. E vocês, o que acham? Usem os comentários para discutirmos as possibilidades, galera. Nada do que dissermos pode se concretizar, porém não podemos dizer que nada é impossível também, não é?