Pra quem já conhecia a série, dia 29 de novembro foi um dia especial: dia do lançamento do terceiro jogo do épico Golden Sun para os portáteis da Nintendo: Dark Dawn. Após tanta expectativa (afinal, foram sete anos de hiato), posso dizer que a desenvolvedora Camelot Software Planning fez bonito.
Lançada em 2001, a saga Golden Sun já chegou abalando o mercado. Terminou o ano como o Melhor Jogo de Game Boy Advance do ano, recebendo nota 9.7/10 do site IGN. Os críticos diziam que a história era o retorno dos excelentes RPG’s por turnos do Super Nintendo, o que rendeu vendas extremamente sólidas nos Estados Unidos.
Mas o que esse primeiro jogo tinha de tão especial? Arrisco meu palpite em originalidade. O sistema do jogo, mesmo baseado em turnos, trouxe novidades interessantíssimas, como a utilização da “Psynergy” – algo como a utilização de HM’s e TM’s, de Pokémon – fora de batalha, como forma de vencer obstáculos. Somado ao imenso arsenal de Psynergys voltada para cada elemento, ainda contávamos com os Djinns, criaturas elementais que auxiliavam o combate, com suas habilidades únicas. Além, é claro, da possibilidade de utilizar Summons, ataques elementais utilizando vários Djinns, criando habilidades destruidoras. Também foi introduzido um sistema de classes ao jogo, tudo baseado nos Djinns que você tiver ligados ao seus personagens, alterando ataques, status do personagem e mudando a cada combinação dos amiguinhos elementais. Tudo isso associado a um enredo sólido, personagens cativantes, vilões que em determinadas situações beiravam o cômico, o jogo rendeu uma continuação: Golden Sun – The Lost Age.
O segundo jogo, lançado em 2003, veio para “encerrar” a saga. Mesmo não tendo o mesmo destaque de números como foi com o primeiro, ainda foi bem recebido pela própria IGN, recebendo 9/10. Manteve-se tudo: habilidades, psynergy, summons e tudo isso aliado a uma história sólida, trazendo o encerramento temporário, com maestria e credibilidade.
Mas, como todo apaixonado pela série, eu queria mais. E agora, após testar o jogo, posso dizer que ele está correspondendo a todas as minhas expectativas. Nesse jogo, temos em nosso controle os filhos dos personagens das duas aventuras anteriores. Os eventos da terceira parte da história ocorrem trinta anos após a ativação do Golden Sun, que trouxe vida ao planeta, mas também liberaram diversas catástrofes naturais, o que divide a opinião da população quanto aos “Guerreiros de Vale”, e trouxe medo a todos os “Adeptos”, usuários da Psynergy.
E qual será a sua missão nesse mundo novo, cheio de obstáculos e problemas? Mas é claro: salvar o mundo e diminuir os efeitos dos Psynergy Vortexes, que empurram o mundo para a Mourning Moon.
Agora vamos falar de novidades do jogo: os Djinns continuam ali, mas tomaram um banho gráfico, e ficaram diferentes, mais agradáveis ao olhar. E agora são 72 Djinns que se juntam aos personagens, além de nove que só aparecem como os companheiros dos antigos guerreiros. Summons foram repaginados, tomando um banho de gráfico, surpreendendo novamente os que tanto reclamam da falta de carinho da Nintendo com a parte gráfica de seus jogos. Além de uma sacada genial: dentro do jogo você encontrará livros chamados “Sun Saga”, com vídeos sketchy-style, aonde você terá a história dos primeiros jogos recontada. Genial!
A jogabilidade, com a introdução da touchscreen, foi aprimorada: o jogo pode ser totalmente controlado pela Stylus, ou você pode jogar normalmente pelo controle do portátil. A utilização da Psynergy é orientada pela Stylus, com alvo automático se o objeto a ser manipulado está dentro do campo de ação da habilidade. Em batalhas, o controle também fica de acordo com a escolha do jogador. Em resumo, a adição da touchscreen foi uma boa jogada, pois não tirou o controle comum de ação, e sim o incrementou.
A trilha sonora é boa, mantendo o nível dos jogos anteriores. Músicas bem trabalhadas, temas marcantes e trilhas que remetem ao clima central do jogo.
Voltando aos gráficos, a Camelot nos presenteou com um dos jogos mais bonitos do Nintendo DS. Os vídeos do jogo não têm tanto daquele gráfico 3D estourado, que fica feio aos olhos, os personagens receberam um tratamento bem legal também, e o principal foram os Summons. Eles são a cereja do bolo, como vocês podem ver nesse vídeo:
Vou encerrar essa review falando do que eu gostei mais e menos. Pra mim, o problema maior dos JRPG’s é o fato de que toda conversa demora muito pra se desenrolar. A introdução, por mais linda que seja se torna insuportável de tão demorada. Ainda mais se você tiver que recomeçar o jogo, o que pode acontecer muitas vezes por falta de atenção. Deixou passar um Djinn? Pode ter certeza que ele estará inalcançável a partir de determinado momento do jogo.
Agora o ponto forte é a fidelidade com a história original, a presença de personagens marcantes do passado, e a adição do sistema de Enciclopédia. Com ele, algumas palavras-chave das conversas adicionam elementos interessantes para a história do jogo, contando eventos dos jogos anteriores, ou simplesmente adicionando mais mitologia ao universo da saga. Tudo isso somado aos Djinns novos, Summon Tablets, que liberam summons diferentes, que exigem combinação de elementos e centenas de itens vão manter você preso ao jogo até o final dele.
Não vou dar mais detalhes para não estragar a experiência de vocês, pois esse jogo é maravilhoso. Façam um favor a vocês e invistam na compra dessa pérola, pois é o que farei. Deixo pra vocês o trailer da E3, que tá fantástico: