Faltando menos de uma semana para o lançamento oficial do PS4 nos EUA, estamos no limiar de uma nova geração de consoles. Mas antes de olhar para o futuro, é sempre bom lembrar o passado e ver que jogos as desenvolvedoras deixaram para trás e fazem falta.

Algumas séries que passaram em branco na atual geração de consoles, como Kingdom Hearts e Killer Instinct, já tiveram o seu retorno confirmado. Outras, como Legacy of Kain e Breath of Fire, também foram confirmadas, mas talvez não da forma que os fãs gostariam (a primeira, como jogo online free-to-play; a segunda, como um game também online, mas para celulares). O fato é que há muitas séries que estão esquecidas e poderiam receber um “phoenix down”, não é? Sendo assim, organizamos uma lista das Top 10 séries de games que estão sumidas, mas merecem retornar das cinzas e voltar a brilhar! Em contagem regressiva, vamos lá!

10. Dino Crisis

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Troque os zumbis de Resident Evil por dinossauros, e você tem um grande jogo de survival horror da Capcom: Dino Crisis.  O primeiro jogo, lançado inicialmente para o Playstation em 1999, era bem divertido e foi um sucesso de vendas, gerando mais duas sequências, além de um spinoff para o Game Boy Color. No entanto, a última versão do jogo, Dino Crisis 3, lançado em 2003 para o Xbox, teve a “ótima” ideia de levar o jogo para o espaço. Sim, dinossauros no espaço. Sem comentar outros problemas, como o terrível sistema de câmeras, o jogo não atraiu boas críticas e a série teve seu fim decretado. Mesmo assim, considerando que a Capcom prometeu voltar às origens de Resident Evil, não seria uma má ideia reviver esta sua outra série e fazer um remake do primeiro jogo com gráficos melhorados. Mas nada de dinossauros no espaço, ok?

9. F-Zero

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O segundo jogo de corrida mais famoso da Nintendo (depois de Mario Kart, é claro), F-Zero era um jogo bem divertido, prometendo corridas velozes com carros futuristas em pistas cheias de obstáculos. O primeiro F-Zero foi lançado para o Super Nintendo como um de seus jogos de lançamento, em 1990, e o seu sucesso gerou diversas sequências. No entanto, a última versão a ser lançada em consoles caseiros foi F-Zero GX, para o Gamecube, em 2003, que foi um sucesso de crítica. Ainda houve uma última versão da série para o Game Boy Advance em 2004, com F-Zero Climax, mas desde então, já faz quase 10 anos que o único lugar que vemos Captain Falcon, o protagonista da série, é aplicando o seu Falcon Punch na série Smash Bros. Seria interessante ver a série retornar ao Wii U, trazendo um game de corrida de alta velocidade para gráficos HD, e explorando tudo o mais que o último console da Nintendo tem a oferecer, como o uso do gamepad e jogabilidade online.

8. PaRappa the Rapper

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Jogos de dança não faltam, ultimamente. Mas houve jogo de dança com um protagonista tão carismático quanto o PaRappa? Lançado em 1996 para o Playstation, PaRappa the Rapper é um precursores dos jogos de dança e ritmo, no qual você tinha que apertar os botões indicados na hora certa para seguir em frente com a música e passar de fase. Com músicas divertidas, e personagens memoráveis, como o Master Onion (kick, punch, block!), PaRappa ganhou ainda um spinoff, UmJammer Lammy, em 1999, e uma sequência em 2002. No entanto, desde então, o nosso querido PaRappa foi deixado de lado, retornando apenas como um dos personagens jogáveis no jogo de luta Playstation All-Stars Battle Royale. Rodney Greenblat, o homem responsável pela arte do jogo, lamentou a participação de PaRappa num jogo violento, mas torceu para que, pelo menos, a visibilidade trazida pelo jogo sensibilizasse a Sony para pedir mais jogos da série. Agora imagine um jogo de PaRappa the Rapper no qual, em vez de ter que apertar os botões do controle na hora certa, você precisa imitar os movimentos, com a ajuda da câmera da Playstation Eye? Sim, Sony, é uma boa ideia, não?

7. Banjo-Kazooie

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O jogo a rivalizar com Super Mario 64, Banjo-Kazooie era um game de plataforma divertidíssimo, envolvendo o urso Banjo e o pássaro Kazooie como seu parceiro. Lançado em 1998 para o Nintendo 64, o jogo foi um sucesso de críticas e vendas, sendo um dos grandes clássicos produzidos pela Rare, desenvolvedora que ainda trabalhou em outras séries clássicas da Nintendo, como Donkey Kong Country e Star Fox. Banjo-Kazooie ganhou algumas sequências, e com a aquisição da Rare pela Microsoft, o seu relançamento na Xbox Live em 2008. O último jogo da série, Banjo-Kazooie: Nuts & Bolts, também foi lançado no mesmo ano para o Xbox 360, que recebeu críticas nada além de razoáveis.

Dos jogos da lista, Banjo-Kazooie talvez seja a série que esteja há menos tempo sem alguma sequência, mas 5 anos já se passaram e nenhum sinal de um novo jogo. Que tal lançar um novo agora para o Xbox One? Há boatos de que este é um dos planos da Rare, e que o jogo já poderia estar em produção. Que seja verdade, afinal, Microsoft, se não for pra explorar tudo o que a Rare tem oferecer, melhor devolvê-la à Nintendo, não?

6. Phantasy Star

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Uma das séries precursoras, mais influentes e queridas do gênero de JRPGs, Phantasy Star deixou saudades. Lançado em 1987 para o Master System, este clássico da Sega estava à frente do seu tempo, alçando uma mulher ao posto de protagonista, e tirando os RPGs do cenário tradicional de temas medievais para colocar num ambiente futurista de ficção científica. A série ainda teve outra três sequências, desta vez para o Mega Drive, terminando com o lançamento de Phantasy Star IV no Japão em 1993. Desde então houve remakes, que em sua grande parte não saíram do Japão, mas a série voltou a ter destaque mesmo com o lançamento de Phantasy Star Online, originalmente para o Dreamcast, em 2000. A versão online foi extremamente popular, gerando o recente lançamento, em 2012, de Phantasy Star Online 2, ainda sem previsão de chegada no Ocidente. Mas se a versão online faz sucesso, por que não fazer um novo jogo single-player? Pense nisso, Sega.

5. Crash Bandicoot

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A história de Crash Bandicoot é uma das mais complicadas dos games. Não dentro do jogo, mas a sua história como propriedade intelectual. Originalmente produzido pela Naughty Dog, hoje a gigante famosa por Uncharted  e The Last of Us, Crash Bandicoot foi lançado para o Playstation em 1996 e foi logo considerado o mascote da Sony, equivalente ao Mario da Nintendo e ao Sonic da Sega. Além das diversas sequências e spinoffs, o divertido jogo de plataformas surpreende também pela quantidade de mãos pelas quais passou. Inúmeras disputas judiciais fizeram com que a Sony perdesse os direitos da série, e o jogaram de um lado para o outro até cair, enfim, nas mãos da Activision em 2008.

Desde então, infelizmente, a Activision fez pouco para explorar Crash Bandicoot, a não ser lançar alguns jogos para celular, e um jogo em 2008 com críticas pouco acima da média. O evento mais simbólico do seu ocaso foi a ausência do personagem em Playstation All-Stars Battle Royale. As negociações pelos direitos de imagem entre Sony e Activision fracassaram, e o antigo mascote da Sony ficou de fora do game no qual deveria ser o personagem número um.

Os criadores do jogo original já manifestaram o apoio a um remake da série, mas tudo depende agora da Activision, que, nas palavras de seu CEO, adoraria encontrar um modo de retomá-la. Nem é tão difícil assim, Activision. Afinal, não é só de Call of Duty que se vive.

 4. Suikoden

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Esta série estaria em primeiro lugar na minha lista, mas temos que ser um pouco mais neutros, não é? Afinal, este é um site sério. Suikoden, a série clássica de JRPGs da Konami, é certamente uma das mais queridas e com os fãs mais fervorosos no mundo dos games. Lançado inicialmente em 1995 para o Playstation, o jogo atraiu atenção o suficiente, com a sua trama de disputa de poder, guerra e revolução, para ganhar 4 sequências e uma versão Tactics. O último jogo da série principal foi Suikoden V, lançado para o PS2 em 2006; contudo, o fraco desempenho de vendas fez com que a série fosse deixada de lado pela Konami, embora alguns spinoffs tenham sido lançados desde então, como Suikoden Tierkreis, em 2008, para o Nintendo DS, e Genso Suikoden: Tsumugareshi Hyakunen no Toki, em 2012, para o PSP.

Mas se a série passou por um mau momento, a culpa só pode ser atribuída à própria Konami. Suikoden IV, considerado o mais fraco dos cinco, teve um bom desempenho de vendas, amparado pelo sucesso dos três jogos anteriores. Entretanto, os seus defeitos mancharam um pouco a reputação da série. Para piorar, Suikoden V, que retomou a qualidade dos jogos anteriores, recebeu pouca divulgação da Konami, que ainda cometeu o erro estratégico de lançá-lo uma semana antes de Kingdom Hearts II, um JRPG muito mais aguardado e de público-alvo similar. A conjunção dos fatores: fraco antecessor, baixa divulgação, e lançamento junto a um concorrente de maior peso, fez, enfim, com que o jogo fosse ofuscado e não vendesse bem.

Desde então, os fãs da série colocam uma forte pressão na Konami para reviver a série, disponibilizar os jogos na PSN, e trazer o spinoff do PSP para o Ocidente. Suikoden II, em particular, hoje é considerado um dos melhores JRPGs de todos os tempos, atingindo o status de raridade, cuja cópia lacrada é vendida por mais de US$ 400 no Ebay. Volta e meia, a Konami responde aos apelos dos fãs dizendo que ainda não há nada a ser anunciado sobre a série, mas eles não desistem. Tanto que fundaram o Suikoden Revival Movement, um grupo bem ativo que organiza uma série de campanhas para lembrar a produtora japonesa que ainda há um forte interesse no game. Quem quiser conhecer, pode acessar a página do movimento no Facebook: https://www.facebook.com/SuikodenRevival

3. Mega Man

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É desnecessário ressaltar o legado de Mega Man. Lançado originalmente em 1987 para o NES, o jogo deu origem a uma das séries mais prolíficas do mundo dos games, envolvendo inúmeras sequências e spinoffs que foram muito além do seu tradicional gênero de plataformas. Porém, nos últimos anos, a série testemunhou um declínio de qualidade, sendo que os últimos a serem lançados, Mega Man 9 e 10, este último em 2010, fizeram muito pouco para agradar os fãs, imitando os jogos mais antigos, mas sem imprimir o mesmo charme. Até foi revelado recentemente que a Capcom planejava fazer um jogo da série no estilo de aventura em primeira pessoa, como em Metroid Prime, mas ele acabou cancelado, para a decepção dos fãs.

Há pouco tempo atrás, esta série provavelmente estaria no topo da lista. Felizmente, um dos criadores da série, Keiji Inafune, vendo a resistência da Capcom de investir em um novo jogo do robô azul mais querido dos games, decidiu começar a sua própria empresa e dar início a uma campanha de crowdfunding no Kickstarter para o “sucessor espiritual” de Mega Man, chamado Mighty No. 9. O sucesso estrondoso da campanha, arrecadando mais de 4 vezes o valor pedido (no total de US$ 3.845.170) só reforça a grande ansiedade que muitas pessoas tinham por ver a série voltar aos seus dias de glória.

Esta não é a única série que a Capcom tem jogado para escanteio, e mesmo sabendo que o legado de Mega Man, agora em Mighty No. 9, segue em boas mãos, não seria uma má ideia dar ao robô azul o respeito que ele merece. Reveja seus conceitos, Capcom. Ainda queremos ver o nosso robozinho azul ganhar um jogo de primeira qualidade para esta nova geração de consoles.

2. Star Fox

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“Do a barrel roll!” Mais uma das séries célebres da Nintendo, o primeiro Star Fox foi lançado para o Super Nintendo em 1993, acompanhando as aventuras de Fox McCloud e sua equipe para derrotar o vilão Andross, que buscava dominar o sistema Lylat. O jogo foi um dos primeiros a simular gráficos 3D, numa época em que gráficos 2D eram predominantes.

Mas o grande destaque da série ficou mesmo para Star Fox 64, lançado em 1997, e considerado um dos melhores jogos a serem lançados para o Nintendo 64. Sendo o primeiro jogo a fazer uso do Rumble Pak, que tremia o controle à medida que sua nave encontrava turbulência ou levava dano, o game ainda tinha diálogos falados, gráficos totalmente tridimensionais, excelente jogabilidade, história com diferentes rumos e ainda um modo multiplayer para 4 jogadores. Não foi à toa, então, que ele ganhou um remake para o Nintendo 3DS em 2011: Star Fox 64 3D.

Todavia, com exceção do remake, pouco foi feito pela série. O último Star Fox a ser lançado para um console caseiro foi em 2005, para o Gamecube, enquanto o último jogo inteiramente novo foi para o Nintendo DS, em 2006. Mesmo com o sucesso do Wii, o único lugar em que os personagens de Star Fox apareceram foram mesmo na série Smash Bros.

Sendo assim, está mais do que na hora da Nintendo reviver esta grande série. E se os boatos que correm por aí forem verdadeiros, há fortes chances do Wii U receber um novo Star Fox. Pelo menos é a vontade de muitos de seus criadores, inclusive do mestre dos magos Shigeru Miyamoto.  Um jogo de naves usando a segunda tela do gamepad, sensor de movimento, e com gráficos HD? Sim, por favor!

1. Shenmue

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O Dreamcast foi um console de vida curta, mas muito à frente do seu tempo, com jogos inovadores cujas fórmulas seriam copiadas por inúmeros outros games de sucesso. Um deles foi Shenmue, lançado em 1999 pela Sega, que é considerado um dos jogos mais influentes da história dos videogames, e com o custo de produção mais alto da época, em torno de US$ 47 milhões. A história segue a busca de Ryo Hazuki pelos homens que invadiram a sua casa e o seu dojo, e assassinaram o seu pai, tudo em busca do misterioso objeto chamado “Dragon Mirror”. Para prosseguir com a sua investigação, Ryo precisa conversar com os diversos habitantes da cidade, procurando por pistas e indícios que podem levá-lo mais perto de consumar a sua vingança.

Até aí, aparentemente nada demais, você deve pensar. Mas sabe os Quick Time Events, popularizados na série God of War, e que podem ser encontrados hoje em tudo que é jogo? Pois é, Shenmue que inventou, para as cenas de briga e ação. Sabe a ideia de você acordar, explorar a cidade, trabalhar, fazer dinheiro, voltar para casa e dormir, como na vida real, hoje fortemente associada a GTA? Shenmue que deu início a tudo isso. Poder interagir com quase tudo que a cidade tinha a oferecer fez com Shenmue se destacasse no seu tempo, estabelecendo-se como um jogo sem iguais. Se não teve a oportunidade de jogá-lo, você já deve estar se perguntando: “Como deixei passar um jogo destes?”

Sim, mas apesar de seu legado e do sucesso de críticas, o jogo não vendeu tão bem, muito em razão dos problemas de vendas do próprio Dreamcast. E o que era antes previsto para ser uma trilogia, acabou ganhando só uma sequência, cuja versão em inglês só foi lançada posteriormente para o Xbox. Já houve tentativas de petições para fazer o terceiro e último jogo da série, para assim encerrar a história, mas desde então, nada de concreto. O seu produtor, Yu Suzuki, afirmou em entrevistas que ainda gostaria de fazer o jogo, mas que tudo depende da aprovação da Sega. Há rumores até de que uma campanha de crowdfunding seria feita; mas, por enquanto, tudo não passou de boato. O fato é que, considerando o seu legado e a legião de fãs que ainda lembra do jogo, Shenmue parece ter ainda muito o que contar. Que tal fazer um remake dos 2 primeiros jogos em HD, e tornar realidade o capítulo final? Um jogo cuja influência segue muito viva merece ter a sua conclusão em grande estilo, sendo, portanto, o nosso número um na lista!

 

Gostaram? Quais outras séries vocês acham que também precisam retornar? Deem a sua opinião!