Quando eu vi que esse jogo iria sair pro iPhone/iPod Touch fiquei meio preocupado. Afinal, quando saíram Final Fantasy I e Final Fantasy II, a Square-Enix apenas fez o mesmo que havia feito no PSP, sem nada a adicionar aos dois jogos. Então minha expectativa era a de ver apenas os bonequinhos em HD e aquele cenário antigo que já não tinha mais nada a render.
Aí a Square-Enix resolveu inovar nesse Final Fantasy, ato esse que me fez respeitar essa empresa novamente por uns meses: disse que a versão do iPhone seria a mesma versão que saiu para o Nintendo DS. E aquela versão do Nintendo DS é uma das melhores versões que eu já joguei de um Final Fantasy. Perdendo apenas para a versão do Final Fantasy IV, que TAMBÉM saiu para o Nintendo DS, com excelentes adições ao sistema (sistema de Augments, anyone?) antigo de um dos melhores Final Fantasy já lançado.
Mas apenas o fato de ser igual ao Final Fantasy III não me agradaria o suficiente para eu comprar o jogo. Afinal, eu tenho o Final Fantasy III do DS original em casa, logo não vi a necessidade nem a vontade surgir. Porém, a Square-Enix sabe quando e como agradar seus consumidores. Aquela vagabunda…
Como alguns sabem, eu nunca considerei o iPhone/iPod Touch/iPad como gaming platform. De fato, ainda não o considero como tal. Smartphones apenas quebram um galho quando o assunto é jogar. E nada, NADA substitui os botões físicos, mesmo que o touch seja extremamente fluído e agradável. Os botões ainda representam essa diferença pra mim. Tanto que, mesmo em jogos que utilizem apenas a touchscreen do Nintendo DS, eu tento fazer uso dos botões. Jogos aonde os botões perdem todas as funções me desagradam MUITO, e isso define o fato de eu (até hoje) considerar o iPhone apenas um smartphone que você tem a capacidade de jogar jogos nele.
Porém, essa versão me agradou bastante. Não mudou meu conceito, mas já começo a ver o iPhone como uma mini-plataforma de multimídia, roubando o lugar do PSP na minha lista de consoles. Os gráficos receberam um embelezamento, os sprites foram mais arredondados, dando a sensação ao jogador que agora são pessoinhas normais, e não “deformadas”, como era a sensação que os sprites passavam no Nintendo DS. Não estou dizendo também que a versão do iPhone é a melhor, afinal temos bons anos de diferença entre as duas versões, a Square-Enix certamente teve tempo para melhor seus sprites e se aproveitar das vantagens visuais do iPhone. Mas também, de 2007 até 2011 muito desenvolvimento foi aplicado no jogo.
Mas chega de falar disso e vamos ao jogo. Como já disse anteriormente, o jogo recebeu um tratamento bem legal no que diz respeito ao visual, mas manteve tudo que a versão do Nintendo DS tinha trazido de bom. Talvez com o passar do tempo dentro do jogo eu ache algo que me incomoda muito (é meio que um padrão pra jogos do iOS comigo), mas até agora estou me divertindo bem com o jogo.
O jogo é totalmente touchscreen-friendly. Para andar com o personagem, é só você clicar em um ponto da tela e deslizar seu dedo para a aparecer uma “alavanca” que se mantém aparecendo enquanto você mantém seu dedo na tela. Para não atrapalhar a visão, esse recurso acontece em qualquer ponto da tela, e não com uma “alavanca direcional” fixa em um ponto, que geralmente ferra a visão dos jogos do iOS.
O menu também está todo customizado para funcionar em uma tela exclusiva de toque, sem a necessidade do famigerado direcional em cruz “invisível” que só atrapalha a visão da tela. E dê adeus aos botões desnecessários também, o jogo foi pensado justamente pra não impedir a visão total do cenário/menu.
O sistema de zoom (introduzido na versão do NDS) reaparece nessa versão também, utilizando a “pinça”, movimento para dar zoom em outros aplicativos do iOS, movendo dois dedos para “abrir” (aproximar a imagem) ou “fechar” (aumentar a visão geral) dentro do jogo mesmo.
O sistema de batalhas ficou bem interessante também, agora você não precisa nem clicar em “Fight” para atacar com as armas equipadas normalmente. Porém, para Magic ou Itens você ainda tem de fazer mais cliques para atacar ou curar os “alvos”. Nada muito absurdo ou cansativo, na realidade. E como o touch flui suave, não incomoda mesmo.
Outra coisa legal é parte da função nativa do iOS de tirar screenshots da tela toda do jogo. A maior parte das imagens da galeria foram tiradas ingame mesmo, com esse recurso. E claro, o vídeo de introdução foi mantido. Uma obra de arte do NDS mantida.
Agora, quanto aos pontos negativos, não posso deixar de reclamar disso: bateria. Esse jogo DRENA sua bateria como se não houvesse amanhã. Quer jogar direito? Mantenha o iPhone/iPod Touch/iPad carregando e seja feliz. E isso é um PUTA downside, tendo em vista que jogar com ele ligado na carga tira MUITO da mobilidade de um “portátil”. Essa talvez seja a maior razão de eu não considerar o iPhone como gaming platform.
Encerro essa review dando os parabéns para a Square-Enix por ter tomado essa decisão acertada, de fazer o port baseado na versão do NDS. Se ela tivesse feito o mesmo na versão do Final Fantasy IV para o PSP, talvez eu respeitasse mais a S-E, mas ela ainda tem muito a melhorar.
Por fim, os valores: esse jogo sai pela bagatela de US$ 15. Levando em consideração que é um jogo longo e muito bem feito, vale a compra!
“Aquela vagabunda…” hahahahahahaha, demais esse post!!
Hmmm, agora to pensando em comprar o jogo =)
Mas achei U$ 15 bem facada se vc ver que outros grandes RPGs estão por U$9 ou até U$13.