Blips, blops, blups.

Afinal o que é Videogame Music? Engana-se quem acha são aqueles barulhinhos irritantes que servem apenas para acompanhar ou servir de “onomatopéias” juntamente com a fase daquele seu jogo antigo favorito! É algo muito mais complexo. Muito maior. É tão música quanto Bolero de Ravel ou até mesmo Sonata Arctica.

Sendo ainda mais redundante, é parte fundamental de qualquer produção. De orquestras a chiptunes. Vai dizer que conseguiria jogar qualquer título sem som algum?

“Ah, mas Pac-Man não tem música!”. Humnn, será?

 

E olha que Pac-Man nem foi o pioneiro! As trilhas de games começaram a engatinhar ainda muito antes, em meados de 1958. Porém, foi só na década de 70 – com a ascensão dos videogames – que a música começou a ser usada como um recurso para despertar mais interesse da garotada, sendo gravada em discos e fitas cassete. Esta forma de reprodução das músicas foi logo descartada por questões financeiras. Pong e Gunfight são os exemplos mais famosos de pioneirismo na história da Game Music.

Acha que é tarefa fácil ser compositor de trilhas sonoras de games? Apesar de serem vistos como Rock Stars no Japão, os compositores devem saber manipular vários instrumentos e ter noções de programação. Antigamente, a transcrição das canções a serem inseridas nos games era feita através de códigos. Era um trabalho complexo, e foi se desenvolvendo com o passar dos anos, através de chips sintetizadores que armazenavam e geravam por conta própria os sons dos jogos. Quanto mais canais de sons e processadores o chip possuía, melhor e mais límpido era o áudio.

Mas chega de história, né? Quem sabe num próximo post a história da Game Music seja mais bem abordada e detalhada. Neste post o intuito é apenas abrir a mente dos leitores.

Existem incontáveis compositores, álbuns, músicas – marcantes ou não. Melodias que condizem com a mensagem do jogo, e que mesmo quando cantadas tocam o jogador de alguma forma.

Além disso, existem também muitos “tipos” de compositores. E todos têm uma característica muito comum: transpassar sentimento. E isso vai desde um acontecimento do game, até o sentimento do próprio compositor. Muitas vezes dá pra imaginar que tipo de jogo vem pela frente só pela música de abertura.

E claro, como não poderia deixar de ser, existem vários tipos de composição nos games. Mas, esqueçam por hora chiptunes, orquestras, remixes, canções… Que tal falar agora de músicas lineares e músicas interativas? As músicas lineares são as mais comuns de se ouvir por aí. Elas têm um começo, meio e fim. Ponto. Muitas delas dão loopings, para acompanhar o jogador até o fim da fase.

Já as músicas interativas são aquelas que seguem o jogador conforme as emoções que o jogo passa! O compositor tem um trabalho árduo aqui, afinal, ele tem que saber onde elevar a melodia para instigar o jogador, e fazer seu coração bater mais forte. Ou também fazer com que o jogador fique atento, e aja cauteloso, pois algo pode acontecer a qualquer momento quando a música se transforma, ficando mais calma e lenta. Isso tudo num mesmo cenário. Já jogou algum título com segmentos musicais semelhantes aos descritos acima? Muitos games dessa nova geração são assim. Se não, veja o vídeo a seguir e preste bastante atenção na música e nos acontecimentos:

 

Akira Yamaoka, famoso pela composição das trilhas de Silent Hill, passou anos estudando como videogames e músicas interagem, para criar a atmosfera perfeita de acordo com a mensagem do jogo. Exemplo? Ouça “Room of Angel. Se você jogou e viu esta cena no jogo, certamente a música mexeu com você. Se não, é apenas uma música melancólica.

Hoje, a música move as pessoas. Elas se animam ou se identificam ou se emocionam com música. E nos videogames não é diferente.

E games musicais? Existem aos montes! Não é preciso nem citar Guitar Hero, Rock Band, Parappa The Rapper, Dance Dance Revolution, Ouendan!, Osu!, Patapon e etc. Além destes, existem ainda muitos outros jogos desconhecidos deste gênero.

Então, pra você que pensa que GameMusic é só banda cover de Heavy MetalVideogames Live e OC Remix, tá aí. Game Music vai de Tetris à Dead Space. É música como qualquer outra. E o ponto é: deve ser melhor divulgada E apreciada, servindo até de ponte para que o pré-conceito por trás dos videogames em geral possa desaparecer da mente de todos que usam essa indústria de má fé.

Imagine a cena. Quase certeza que isso acontece com MUITA gente:

gamemusic_preconceito

Entendeu? O pré-conceito às vezes parte de nós mesmos! E por favor, mesmo que isto pareça clichê, entenda que “pré-conceito” e “preconceito” são palavras diferentes.

Agora, depois de tudo isso que você leu (ou não) até aqui, dá pra dizer que Game Music é tudo igual? Que game music é apenas a “musiquinha” do Mario ou do Sonic?

No mais, o significado de “Game Music” varia pra cada um que aprecia. O importante mesmo é saber que a indústria é muito maior do que todos pensam, e apreciar e divulgar é essencial para abrir a mente de todos quanto a este gênero que no fundo, é pura música.