É muito difícil uma série de jogos chegar assim tão longe, com diversos títulos e tão forte no que chamamos de cultura pop/geek hoje em dia. Por mais que digam que a série Resident Evil hoje é a franquia mais famosa da Capcom, não foi com ela que a empresa se consolidou e se tornou tão famosa no mundo dos jogos. Começou há exatos 25 anos atrás, no dia 30 de Agosto de 1987, quando o jogo Street Fighter foi lançado em seu próprio sistema de arcades, iniciando uma história de sucesso, quedas e ressurgimento.

Muitos acham que Street Fighter foi o primeiro jogo de luta dos fliperamas, mas já tínhamos jogos como Karateka e Yie Ar Kung Fu. Com um joystick e 6 botões à disposição do jogador, você controlava dois personagens em suas viagens pelo mundo enfrentando os maiores lutadores que existiam. Assim surgia o primeiro jogo da série, e desde sempre Ryu e Ken, os únicos personagens jogáveis, já mostravam que eram grandes amigos – e eternos rivais.

Mas foi só em 1991 que a sua continuação, Street Fighter II, veio popularizar a série mundo afora. Com gráficos muito mais trabalhados, era o jogo a sensação do momento para muitos. Escolher um dos personagens e ver aquele pequeno avião se movimentar pelo mapa até encontrar o seu oponente era empolgante, de deixar o jogador tenso. Não só isso, Street Fighter II tinha dois detalhes importantíssimos para o seu sucesso: a sua famosa trilha sonora, utilizada até hoje nos jogos da série, e seus personagens cativantes. Chun-li, Guile, Zangief, M. Bison, Sagat, e até mesmo o ‘monstruoso’ Blanka – nosso compatriota – viraram pequenas celebridades por trás do fliperama, onde cada um lutava por seus princípios. Além das lutas, as bonus stages, onde a sua habilidade era colocado à prova destruindo um carro ou destruindo o maior números de barris com seus punhos, transformando Street Fighter II no jogo mais bem sucedido e famoso da série, resultando em diversas versões do mesmo jogo.

Anos mais tarde a Capcom amadureceu com seu sucesso, e novos jogos – e claro, novos personagens – foram surgindo. A série Street Fighter Alpha, Street Fighter III e o mais recente Street Fighter IV foram apenas consequências do enorme sucesso conquistados durante essas décadas. Até seu irmão de sangue Final Fight – também um dos jogos de enorme sucesso nos fliperamas – se juntou à franquia, e hoje vemos os personagens entre os mais de quarenta criados durante esse tempo. Isso sem falar dos vários crossovers, versões que reuniam os personagens com outras séries: os heróis da Marvel Comics, os demais personagens da própria Capcom, e as disputas entre os jogos da SNK e Namco, no recente Street Fighter X Tekken. Street também virou jogo de puzzle, história em quadrinhos (as comics americanas e os mangás orientais), série animada no Japão – o bem sucedido ‘to Victory’ – e filme estrelado com Jean-Claude Van Damme e Raul Julia, e anos mais tarde um novo longa com Kristin Kreuk. Não faltaram oportunidades para fazer parte da nossa cultura. Até torneios de luta foram criados pelo mundo afora, em um tipo de esporte com joysticks.

Mas o que faz Street Fighter ser uma série de tanto sucesso? É difícil procurar dizer hoje, com seus 25 anos de série, qual foi a fórmula secreta utilizada para garantir tantos anos de uma franquia. É impossível hoje não conhecer alguém que não conheça ou sequer ter jogado algum jogo da série. Prefiro dizer que o trabalho da Capcom foi espetacular ao criar um jogo diferente, onde você poderia golpear o seu oponente com três tipos de intensidade (soco fraco, médio, forte…), além dos golpes especiais e estilos de luta completamente diferentes para cada um dos personagens. A Capcom soube trabalhar muito bem com uma série que tinha em mãos ao atingir um público que aprendeu a se divertir com artes marciais, criando um gênero que mais tarde foi a percussora de diversos outros títulos existentes. Mesmo com a sua queda (as séries Alpha e III, no final, não foram tão bem sucedidas), soube resgatar a sua fama através da sua forma original, se tornando uma das maiores séries da história do video-game.

Para nós gamers é impossível deixar passar esta data sem comemorar os 25 anos de Street Fighter, e relembrar os inúmeros momentos se divertindo com a série, seja nos fliperamas, nos video-games ou até mesmo no computador. Eu, por exemplo, matei muita aula pra ir ao boteco do Zé, que ficava perto da escola, pra perder minhas moedas em troca de fichas e jogar o máximo que pudesse. Afinal, o nosso primeiro hadouken a gente nunca esquece.

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A Capcom, em comemoração aos 25 anos da série, lançou o site http://www.streetfighter25.com/, com informações da série no decorrer dos 25 anos, além de uma galeria de artes de deixar o queixo caído. Merece ser visitado.

E claro, uma curiosidade: as bonus stages, onde você testa suas habilidades, foi inspiração para o nome do site. Só temos a agradecer por isso!

2 COMENTÁRIOS

  1. Belo texto, Street Figther foi sem duvida um divisor de barreias, e acredito que ainda pode ir longe em sua “carreira” com esse ultimo game que fizeram na atual geração, eles acabaram calando a boca de muita gente que não acreditava que os games de luta poderiam reinar no 2D, apesar que eu ainda prefiro a versão que foi lançada na PSN a Clássica só que Remix, é a melhor de todas

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