A série New Super Mario Bros. chega ao seu terceiro título nas telas do Nintendo 3DS: New Super Mario Bros. 2. Muitos disseram que a nova saga do encanador em cenários 2D estaria perdendo o fôlego, ou pior, que o time “B” da Nintendo não conseguiu manter o bom ritmo dos jogos do Encanador Bigodudo, carro chefe da Big N. Estou aqui, nessa singela review, para mostrar que as coisas não são bem assim.
Tendo jogado os dois jogos anteriores da série New Super Mario Bros. posso dizer que essa é a melhor parte (por enquanto) da “quadrilogia”, que será completada com a versão para o Wii U. A maioria dos elementos presentes nos dois jogos anteriores foram melhorados, como a jogabilidade que ficou mais fluída com o Circle Pad do Nintendo 3DS.
Um dos principais comentários negativos quanto ao jogo que venho acompanhando é o fato de que o jogo não tem muitas inovações com relação aos jogos anteriores. Concordo, de fato pouca coisa foi alterada na mecânica dos jogos anteriores, a não ser a adição da Golden Fire Flower. Mas isso não quer dizer que o jogo é repetitivo por causa disso. Aliás, esse é um dos motivos da minha discordância: o jogo é um passo à frente dos anteriores e não uma revolução. Se a Nintendo quisesse criar algo que fugisse dos padrões da série, teria criado uma nova saga e não continuado com a atual. O objetivo insano de coletar 1 milhão de moedas por si só já constitui uma ótima adição.
Ah, falem a verdade: só o fato de encher o cenário de moedas já fica legal pacas!
Outro ponto forte das críticas é o fato de que o estilo plataforma estaria perdendo o bom ritmo. Chegam a dizer até que estaria na hora da Nintendo dar o merecido descanso ao Mario e deixar outras franquias tomarem o posto de mais importante dentro da Big N. Essas críticas são bem infundadas, tendo em vista que esse jogo foi um dos mais rápidos a alcançar a marca de 1 milhão de jogos vendidos para o 3DS. Devo dizer que o estilo 2D e o próprio Mario ainda tem muito fôlego e vão continuar com o excelente trabalho. O jogo tem um ritmo excelente, uma velocidade invejável para muitos jogos de plataforma.
Como todo bom jogo do Mario, a trama começa com a princesa sendo capturada pelos filhos do Bowser, turminha já conhecida desde o jogo Super Mario Bros. 3. A trupe, liderada por Larry Koopa aparece com o veículo voador que aparece na batalha final de Super Mario World e sequestra a princesa, deixando Mario e Luigi com a responsabilidade de salvar a coitada da Peach.
Isso aqui é um Círculo de Ouro. O que ele vai fazer?
E aí temos o jogo começando de verdade, com a tela inferior sendo utilizada como guia de navegação fora das fases, dentro delas ela serve como “box” para guardar seu item extra, contador de pontos e de moedas, mostrando a quantia atual e o máximo conseguido nessa mesma fase. Podemos ver que temos oito mundos, sendo que alguns são acessados de formas diferentes. São seis mundos principais e três (um deles aberto apenas no final do jogo): Mushroom, Flower e Star World. Temos 84 fases, que são divididas em fases comuns, Ghost Houses, Tower e Castle. Temos um contador junto ao número da fase na tela inicial, mostrando o máximo de moedas adquiridas na fase. Temos três tipos de casas que dão itens e vidas para o Mario: Mushroom, Golden e Green Mushroom House. Na primeira, você têm 3 itens que pode escolher: Fire Flower, Mini Mushroom e Racoon Leaf. Na segunda você conseguirá a Golden Fire Flower e na última te dá vidas através de um mini-game para derrubá-las utilizando uma máquina de soco.
Esses são os Goombas de Jersey Shore: geral super bronzeada!
Outro detalhe interessante envolvendo as fases é que agora temos 9 fases novas, chamadas Rainbow World. Para acessá-las, você deve encerrar uma fase em cada mundo com um determinado tempo. Nessas fases você não tem inimigos, tendo apenas que pegar o máximo de moedas que conseguir. Esse procedimento se repete em todos os mundos. Os tempos variam de X11 a X99, de acordo com o mundo que você estiver.
Em New Super Mario Bros. 2 temos o retorno de diversos elementos já conhecidos pelos jogadores: Mini e Giant Mushroom, Fire Flower, Mushroom, Star e Racoon Leaf – de realmente novo temos o Golden Mushroom, que vale 50 moedas, e a Golden Fire Flower, que destrói os blocos e os transforma em moedas. Alguns locais podem ser acessados apenas com o Mini e Golden Mario, e algumas Star Coins só podem ser coletadas se você estiver como Giant Mario. Algumas fases contam com o Golden Ring, que transforma os inimigos em ouro e alguns deles deixam uma trilha de moedas por onde andam.
Novas faces do nosso bigodudo favorito!
Como já citei antes, temos os Gold Blocks. Esse bloco fica preso na sua cabeça e, quanto mais velocidade você alcançar, maior será o número de moedas que você vai pegar até que ele desapareça. Caso você já esteja usando um desses em sua cabeça, o outro se transformará em um “vulcão” de moedas, disparando seu conteúdo até desaparecerem. Esses blocos são os mesmos que você já viu em Super Mario 3D Land, aliás. Junto com esses blocos, temos também os vulcões: exploda um deles usando uma Bob-Omb e ele jorrará moedas até esvaziar.
Nesse jogo, temos a volta das Star Coins, que liberam acesso a fases. Temos um total de 3 Star Coins a cada fase, totalizando 216 moedas, além das 24 Moon Coins. Essas Moon Coins são conseguidas apenas no Star World, não sendo gastas no jogo.
Mesmo que o sentido do jogo seja mais voltado pra ganância do encanador, para que coletemos 1 milhão de moedas, o número no contador de vidas se torna irrelevante, pois você vai morrer várias vezes. E, após 5 tentativas dentro da mesma fase, você terá a opção de utilizar a Golden Racoon Leaf, que torna o Mario invencível na duração do resto da fase, assim como acontecia em Super Mario 3D Land.
Os chefes de cada mundo são acompanhados de velhos conhecidos até então esquecidos: os rinocerontes de Super Mario World, Reznors. Eles controlam as Towers de cada mundo, ficando como os sub-chefes. E temos os filhos de Bowser controlando os castelos de cada mundo, até a batalha no sexto, aonde você vai enfrentar o Rei dos Koopas. O chefe final é Dry Bowser, velho conhecido dos jogadores de Super Mario 3D Land.
Olha quem voltou pra animar a festa: REZNOR!!!
Os gráficos desse jogo estão magníficos, como todo jogo da série New Super Mario Bros. Cenários bem desenhados, inimigos que dançam de acordo com a música e os mesmos tons extra-coloridos que já estamos acostumados. Mas o mais legal, pelo menos na minha opinião, foi a utilização do 3D: quando você o ativa, além da sensação de que tudo está saltado no cenário, o fundo fica borrado, como se estivesse sendo visto à distância. Um toque singelo, mas que ficou realmente legal. Em fases com colunas o efeito fica ainda mais legal.
Um dos fatores mais importantes é o replay. Diferente da versão do portátil anterior, nesse jogo podemos finalmente jogar com mais um parceiro! O multiplayer fica limitado a conexão de proximidade, mas você pode jogar o jogo inteiro com esse parceiro. Além disso, temos também o novo modo de jogo, chamado de Coin Rush. Nesse modo, você tem que coletar o máximo de moedas em três fases, que tem como base as fases que você já tem no jogo comum, sendo catalogadas como Mushroom, Flower e Star. Ao fim das três fases (um trio para cada tipo) você tem todas as moedas somadas e pode concorrer contra outros jogadores através do recurso de StreetPass. Ele compara os resultados e tem também um Hall da Fama para essas comparações.
New Super Mario Bros. 2 conta com a missão secundária de juntar 1 milhão de moedas. Ao fim, você receberá um novo wallpaper na tela inicial, uma recompensa “pequena” perto do esforço para juntar essas coisinhas douradas. Mas, honestamente, o que vale realmente é a diversão. O jogo premia você pelas conquistas dentro do jogo, com um sistema de estrelas em seu perfil no jogo. Eu, com pouco mais de 15 horas de jogo, tempo esse gasto para conseguir 4 estrelas no meu Save Game, estou com atualmente 653 vidas e 59600 moedas. Considerando que ainda faltam 940 mil moedas e 457 vidas, ainda tenho MUITO a fazer no jogo.
Essa é a recompensa pelo milhão de moedas. Acha pouco? Eu acho LINDO!
Falando agora das coisas boas: esse jogo fez algo comigo que há muito não ocorria: necessidade de terminá-lo logo, ao custo de talvez ficar longe dele até poder jogá-lo com meus amigos. Três dias, 15 horas e sempre que eu me afastava, ficava pensando no mesmo. Algo que só um jogo do Mario pode fazer comigo. O contador de cada fase me deixa animado a sempre melhorar meu high score pessoal. O retorno dos Reznor, a velocidade com que cada fase se desenrola, a adição do Boohemoth (uma versão GIGANTE do Boo tradicional), os elementos que mais parecem uma homenagem aos jogos de plataforma do que simples “reciclagem” de velhos elementos. Tudo isso acabou tornando esse jogo fantástico para mim. E só de saber que a Nintendo trará o conceito de DLC para ele, adicionando novas fases para o Coin Rush, já me deixam ciente que esse será um jogo que não vou deixar de jogar por um bom tempo. E também o fato de que minha esposa se divertiu muito enquanto tentava jogar só me fez ver que a Nintendo acertou – e MUITO – nesse jogo.
Acho que tem alguém que está com um problema de peso. Sim, tô olhando pra você, Boohemoth!
Só que nem tudo são flores. Esse jogo teve uma importância acentuada, o que tornou talvez a espera mais longa do que desejávamos: foi o primeiro jogo que teria distribuição digital da Nintendo. Com erros que serão sempre lembrados, como a eShop japonesa ter caído no dia do lançamento por causa do enorme número de conexões simultâneas para baixar o jogo, ou o valor cobrado pelo jogo ser exatamente o mesmo da versão física, o que tornou a compra do jogo impraticável aqui no Brasil (afinal, R$ 150,00 em uma versão digital é um absurdo), uma crítica exageradamente dura e não muito consistente de muitos reviewers internacionais e o fato da trilha sonora ser praticamente a mesma, o jogo acabou tendo um pouco da sua “perfeição” diminuída.