Jogos de ação e aventura sempre foram as minhas especialidades, e entre uma grande variedade de jogos desse tipo, acabei unindo o útil ao agradável: jogos de ação, ninjas e uma bem sucedida compra de fim de ano, sem contar a indicação do companheiro Icaro, da equipe da Bonus Stage. Ninja Blade foi a bola da vez.

O jogo de estréia do estúdio From Software, lançado em 2009 para Xbox 360 e PC surpreende em jogabilidade, ótimos gráficos e até na trilha sonora que mais parece ter sido feita para um filme, mas decepciona na história – desde que isso influencie a sua opção na escolha de algum jogo. A história de Ninja Blade baseia-se num clichê já utilizado na maioria dos jogos (sem contar os filmes, quadrinhos, etc…), o de herói solitário que salva o mundo: você é Ken Ogawa, filho do general de uma força tática governamental do Japão, todos treinados na milenar arte ninja. No ano de 2015, a missão é combater um grupo de pessoas infectadas em Tóquio por um tipo de vírus mutante que, quando alojados em praticamente qualquer ser vivo, tornam-se violentos e totalmente desfigurados. Não se surpreenda a encontrar mortos/vivos infectados por essa doença bizarra e nem mesmo por moscas gigantes, morcegos anabolizados e minhocas gigantes destruidoras de cidades. Se isso já é exagero, você ainda não viu nada. Espere só você derrotar um monstro gigante ao dirigir uma motocicleta sobre os escombros jogados ao ar pelo bicho, a uns 250 metros de altura… ou parar um avião e salvar (!!) as pessoas que estão na rua durante o pouso forçado…

Apesar do exagero da história, Ninja Blade não decepciona na jogabilidade em plataforma hack’n slash. Com elementos parecidos com Devil May Cry e God of War (a mesma fórmula de sempre) você utiliza três diferentes armas e uma shuriken para ativar o ninjutsu – que, combinadas a um tipo de orbe, você arremessa-a com poderes especiais; todas dando a possibilidade de aumentarem seus níveis quando colecionados pontos especiais ao derrotar um inimigo. Enfrentar os inimigos nem sempre é tão fácil, e possibilita finalizar os golpes aos inimigos com ataques especiais. É interessante notar o nível de dificuldade que aumenta conforme as fases, o que torna necessário o upgrade das suas armas. Os ‘chefões’ das fases também não decepcionam na questão da jogabilidade ao enfrentá-los, mas também não surpreendem na dificuldade. Basta saber quando usar uma arma no momento certo e a vitória é garantida. Outra coisa interessante no jogo é o efeito Ninja Vision que, além de deixar tudo ao seu redor mais lento, possibilita ao jogador a ver os inimigos invisíveis e certos locais do cenário, como uma parede que possibilita você a andar, ou uma rachadura que você pode quebrar e encontrar itens e alguns tesouros. Além disso, em alguns momentos do jogo ocorrem sequências onde você tem que apertar os botões para finalizar as suas batalhas, o que me lembrou muito God of War: caso você erre a sequência, é rebobinado para que você faça novamente. Algumas são legais pelo visual, mas talvez desnecessário em alguns momentos.

Assim como a jogabilidade, os gráficos de Ninja Blade são muito bons, e isso vai desde a iluminação e texturização dos ambiente ao jogo de câmera (ou seja, a sua visão), apesar do jogo ter alguns ‘bugs’, que atrapalham durante o jogo. Já as cinemáticas do jogo são muito bem elaboradas e, apesar dos exageros da história, utilizam toda a capacidade gráfica disponível – nada de vídeos em CGs gravados e inseridos. Só é estranha a customização do personagem no jogo, que em vez de roupas, armaduras e visuais diferentes para Ken, você consegue mudar suas cores ou utilizar alguns visuais encontrados durante o jogo, mas eu duvido que você vá querer ver um ninja em cores neon. A trilha sonora do jogo também não fica atrás, muito bem trabalhada e bem envolvente, criando uma atmosfera de ação durante o jogo.

Concluindo, Ninja Blade é um ótimo resultado por ser um primeiro trabalho de uma desenvolvedora, possui uma boa jogabilidade e ótimos gráficos, mas exagera (e muito) em uma história cheia de clichês e nada original. Não é inovador, mas é um prato cheio pra quem curte jogos dessa plataforma e gosta de bastante ação. É bem divertido, mas merece todas as críticas que já recebeu.

Início e gameplay do jogo: